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Há 25 anos: Juntatribo ’94 – Barulho, cerveja e terra

  • Foto do escritor: Fábio Mello
    Fábio Mello
  • 7 de set. de 2019
  • 2 min de leitura

No ano de 1994, a maioria dos jovens e adolescentes – como eu na época com 19 anos – estava imersa em rock’n’roll. Também pudera, foi uma geração que “se iniciou” no gênero ainda no final dos anos 1980 e ganhou ainda mais força com a explosão do grunge com Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden...


O que isso significou: as gravadoras passaram a apostar em toda e qualquer banda de garagem que pudesse tocar mais de três acordes, mas que naquele momento tinha incrível potencial para ser “o próximo Nirvana”.


Foi nesse cenário que eu conheci muita coisa da música. Mas como estamos falando de 25 anos atrás, não havia meios de informação. Eu, por exemplo, sabia das coisas apenas pela revista Bizz ou pela General, as quais eu devorava mensalmente. Acesso aos discos era muito difícil e a solução era ficar ligado em MTV ou alguma rádio com programação mais antenada.


E foi nessas épocas que eu descobri sobre o Festival Juntatribo. Acontecia em Campinas, no Observatório a Olho Nu da Unicamp. Vários meios de comunicação falaram da edição de 1993, que revelou nada mais nada menos que Raimundos. Com isso, o Juntatribo 2, no ano seguinte, prometia ser uma grande vitrine de novos talentos.


Pensando nisso, falei com um amigo de Pira que já estudava na Unicamp e esquematizei de irmos para o festival. Iríamos somente em um dia e voltaríamos na manhã seguinte.


No final da tarde rumamos para a Unicamp. Chegando lá vimos uma estrutura montada como uma lona de circo com um palco bem simples e baixo o bastante para a galera se jogar em stage divings mortais – inclusive recebemos a notícia que o palco no dia anterior havia cedido tamanho o número de pessoas. Ao lado do palco um half pipe para saktistas e bikers.


Foram tantas bandas, tantos shows e tantas conversas que na verdade nem lembro quem assisti na verdade. Na minha memória ficou a apresentação do Planet Hemp, que acredito ter sido a banda que “se deu bem” no final das contas, dentre as outras participantes naquele ano. Lembro também de Virna Lisi, Câmbio Negro e do show surpresa do Kleidermann (com os Titãs Sérgio Brito e Branco Melo).


Também pude conversar com muita gente, dentre elas o saudoso Carlos Eduardo Miranda, que escrevia na Bizz na época. Ele foi extremamente gente boa e até me sugeriu bandas para ficar atento. O legal foi que, em meio a tudo isso, consegui comprar várias fitas demo, que guardo até hoje: Graforréia Xilarmônica (indicação do Miranda), Psycho Drops, Boi Mamão e El Kabong. A fitinha do Maskavo Roots não consegui achar, já tinha acabado.


Outra coisa que me lembro foi do clima extremamente seco naquela época do ano em Campinas, da terra vermelha que subia a cada apresentação e do frio daquela noite (uma galera acendia fogueiras para se esquentar enquanto tomava goró, dentre outras substâncias).


Dá para encontrar no YouTube vários momentos desse festival (que aliás nunca mais foi realizado depois daquele ano), inclusive com algumas apresentações completas. A MTV também fez cobertura com o programa Lado B. Enfim, uma noite para se lembrar e que marcou também a cena underground brasileira dos anos 90.


Confira

Planet Hemp no Juntatribo


Kleidermann ao vivo no Juntatribo



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